13 abril 2011

Fnéc Még assim? Não, obrigada!



Eu até pertenço àquela minoria que chama "lugar do demo" à Fnac, tenho cartão e o dom de me desgraçar sempre que lá vou. Por estes motivos (e mais uns quantos) acho inacreditável a secção dedicada às crianças nesta revista (tanto no nº 1, como no nº 2). Embora tenha sido resgatada das últimas páginas (no número de Março), a qualidade/quantidade dos produtos expostos mantém-se. Ora vejamos então o que estes senhores — que agora até têm um cartão Fnac Kid — acham que são os produtos a apresentar aos clientes mais novos:

Com 20% de desconto:
- Colecção Gerónimo Stilton
- Colecção Joe Carrot (dos mesmos autores de G. S.)
- Colecção As Gémeas (Enid Blyton)

Leve 3 Pague 2:
- Colecção Dora, a Exploradora
- Colecção Cherub
- Colecção Bolinha

Filmes:
- Entrelaçados
- Barbie
- Sammy

Jogos:
- Nintendo 3DS
- Pack acessórios Keith Kimberlin cão
- 2 jogos Pokémon

Música:
Relegada para um cantinho de uma página (sim, puseram 3 CD's de música clássica no primeiro número e agora querem mais?!?), sem texto e com fotos de séries e desenhos animados do canal panda)

Em pé de página (tipo nota) há dois eventos e três promoções especiais Fnac Kids.

Não tenho nada contra os "best sellers" acima referidos, mas não haverá nenhum livro novo, interessante e pouco conhecido?
Será preciso ocupar quase uma página inteira (se acrescentarmos o do topo da primeira página ao fim da segunda) com anúncios e fotos?
Se têm uma secção dedicada a consolas e jogos, será mesmo necessário anunciar mais jogos aqui?
Se os filmes e os jogos têm direito a texto, os livros e CD's não têm, porquê?

Mas, "Ler faz bem!" (título da p. 14) e acima de tudo, se lermos o Editorial ficamos a saber que "porque ler faz crescer, guard[aram] um cantinho muito grande para os mais pequeninos, onde o melhor da literatura lhes permitirá o desenvolvimento da imaginação e do conhecimento." (p. 3). A ideia está lá, resta-nos a esperança!

De resto, a revista fala por si — ou cala por si.

Com tanto funcionário competente nessa secção, talvez pudessem falar com eles ou fazer um daqueles destaques, como existem noutras secções da revista, com as escolhas deles. Sei lá, qualquer coisa, arrisquem, que pior é difícil.

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